30/11/07

Saudades da farda...

















Ontem encontrei no MSN dois amigos que conheci através da Juvebombeiro. Mas o mais engraçado foi que não falámos do passado, mas sim do futuro. O que significa que a nossa amizade conseguiu vencer as barreiras da distância, do afastamento dos Bombeiros e de termos um projecto em comum, que era a Juvebombeiro. E até estamos a planear um fim-de-semana todos juntos iupiiii
Cada distrito tem um representante da Juvebombeiro e eu fui durante alguns anos a delegada distrital de Setúbal. Durante esse tempo, pude conhecer muitas pessoas, entre elas, os delegados dos outros distritos. Alguns transformaram-se em amigos... cada um vindo do seu cantinho de Portugal...
Entre os delegados do próprio distrito de Setúbal também fiz algumas amizades, o que deixa feliz! Ontem vi algumas fotografias de algumas reuniões e encontros do nosso grupo de delegados nacionais e não pude deixar de sentir uma enorme saudade... nao só de discutir, estar e rir com eles, mas também daquela “eu”... aquela eu que eu agora já custo a reconhecer, embora não tenha sido assim há tanto tempo...
Quando vestia a farda, tinha sempre a sensação de ser um bocado Super-Mulher, não tinha medo, achava que enfrentar tudo...e sentia-me muito útil! Sentia-me especial, porque todos os Bombeiros são especiais!
Agora dou por mim a ser uma pessoa “normal”, daquelas que trabalha, passa os fins-de-semana em casa, vai às compras, paga os impostos... também dou aulas de português a estrangeiros, o que me dá um bocadinho a sensação de fazer algo especial, mas não tem comparação possível... nenhuma mesma!
Não me quero estar a lamentar, porque a decisão de vir para cá, com tudo o que isso implica (que não é nada pouco) foi minha e só minha! Só queria dizer que não me esqueço dessa fase da minha vida e que serei sempre dos Sul e Sueste no coração... e nunca esqueço os amigos que conheci ao longo desse percurso!


Bjs

28/11/07

Uma foto especial

Olá!
Hoje gostava de partilhar com vocês a fotografia (eu sei que é uma ecografia, mas parece mesmo uma foto!) do bebé de uma grande amiga minha. Ele vai nascer em meados de Janeiro e, para grande honra minha, no Barreiro! ;)
Estou aqui babada e encantada com o que já se faz hoje em dia, enquanto os bebés ainda estão escondidinhos no ventre da mãe... Antes nem era possível saber o sexo, hoje já dá para fazer tanta coisa... fantástico!


Já dá para ver que tem a boca da mãe!!!!
Ainda nunca tinha visto uma eco a 3D... e como há outras 2 amigas minhas que estão grávidas, fico à espera das próximas “fotografias” :)
Sim, Marta e Marisa, isto foi com vocês! :)

Ele é lindo!
É lindo!
Estou desejosa para que nasça...

Beijinhos





26/11/07

Os biscoitos da Susy!

Olá!
E, como prometido, aqui estão as fotos dos biscoitos que fiz durante o fim-de-semana! E acreditem que sabem tão bem como parecem hehe
Quem quiser as receitas, é só dizer e pagar os direitos de autor à sogra :)

Há que misturar os ingredientes, amassar as diferentes massas (cada uma por tipo de biscoito) e prepará-los para irem ao forno :)











































Fiz seis tipos diferentes de biscoitos. Os da primeira fotografia, são biscoitos de canela com uma cobertura branca, são recortados com forminhas. Os seguintes são bolinhos de manteiga unidos com doce e mergulhados em chocolate. Depois vêm as bolinhas de coco. O tipo seguinte de biscoitos são de baunilha, bolinhos secos mas muito bons. As duas últimas fotos são de biscoitos de massas diferentes, que são depois unidos com diferentes doces. O Thomie ajudou unindo os biscoitos com doce :)



Finalmente, são guardados em latinhas diferentes e ficam à espera de serem comidos (uma espera que não é longa hehe).

Bom apetite!

23/11/07

Biscoitos de Natal










Olá
Hoje é sexta-feira! Iupiii!!
Há bocado lembrei-me assim de repente do.. Vitinho!!
“Está na hora da caminha, vamos lá dormir...”
Era taaaaao giro....
Além disso, este fim-de-semana vou fazer os biscoitos de Natal! Hoje à noite já vou por as latinhas onde os guardo e as receitas à mão! Vou fazer 6 tipos diferentes de biscoitos...
Aprendi a fazê-los no ano passado com a minha sogrinha e até me safo muito bem, modéstia à parte J
Vou tirar fotografias e na segunda-feira já as coloco aqui. Entretanto ficam aqui algumas para abrir o apetite J
Bom fim-de-semana!
beijinhos






21/11/07

A tal idade









Será que é por ter chegado a esta idade que me lembro mais vezes de coisas que vivi na idade parva, a chamada adolescência?
Dou por mim a lembrar-me da pancada que tive pelos New Kids on the Block, quando comprava a revista Bravo (em alemão e quando eu ainda não percebia uma única palavra!!) só para recortar as fotografias, quando sabia as canções de cor e adooorava o Jordan Knight (que tinha uma popa que mete mede ao susto!!). Tinha posters deles por todo o lado e um dossier gordíssimo só com fotos deles...
Na mesma altura, havia quem gostasse dos Bross, mas eu sempre fui fiel aos New Kids ;)
A seguir a eles, vinha o MacGyver... com o Richard Dean Anderson!! (ai, ai...) Também recortava todas as fotos dele, cantava-lhe os parabéns no dia de anos dele e sonhava que um dia ia casar com ele! Juro!
O meu filme preferido era (ainda é, confesso!!) o Dirty Dancing, que já devo ter visto umas 500 vezes... Ainda há alguns anos comprei um CD edição especial... Uma vez ao dar explicações de inglês a alunas do 10° ano, perguntei-lhes se já tinham visto o filme e olharam para mim como se eu estivesse a falar chinês... acho que foi aí que tive, pela primeira vez, a noção de que as diferenças entre as gerações existem mesmo... e que eu já faço parte delas!!
Também gostava do Alf, aquele extra-terrestre peludinho e baixinho... J
Lembro-me de em pequena achar que uma pessoa com 30 anos já era “crescida”, quase velha.. achava que com essa idade já toda a gente tinha a vida mais que organizada, casados, com filhos e planos-reforma...
Agora que já cá estou, tenho uma perspectiva diferente ;)
E vocês? Que paixonites tiveram na adolescência?

Beijinhos

Susy




20/11/07

Um abraço













Acredito na força de um abraço! Acredito que pequenos gestos podem ter um grande significado! Acredito que pequenos momentos podem mudar toda uma vida. Acredito que estamos cá para marcar a diferença! Há tantas coisas que tomamos por certas, que deixamos de lhes dar a devida importância!

Têm noção de como um abraço, um pequeno abraço pode ser reconfortante, em como nos pode ajudar a ultrapassar um momento de tristeza, uma decepção, um desgosto de amor? Ou como nos pode auxiliar na comemoração da felicidade, quando queremos partilhar um momento especial com alguém que nos é próximo?


Encontrei na Internet um vídeo realizado pelo grupo muscial The Sick Puppies, que se baseia na história verdadeira de um australiano, Juan Mann, que também acreditava que um abraço pode tornar um dia cinzento, num arco-irís...


Reparem em como a imagem só passa a ser a cores depois de ele receber o primeiro abraço...


Juan Mann já faleceu, mas acredito que depois de verem este pequeno vídeo, vão ficar com vontade de abraçar alguém.. porque afinal há gestos que dizem muito...


Sick Puppies - all the same ( free hugs) no YouTube:






Um abraço meu...



Susy

14/11/07

O meu avôzinho....

Olá

Só para vos dizer que o meu avô materno faleceu hoje de manhã...

Estou muito triste, mas mais ainda porque sei que a minha mãe está de rastos...

Vou hoje às 16:30 para Lisboa e regresso no domingo... ainda não tenho direito a férias, mas eles deram-me os dias...
Gostava muito de ir a Lisboa, mas não por este motivo...

Nunca perdi ninguém da família e não sei lidar com a morte de alguém próximo...

Um beijinho grande e obrigado por estarem aí desse lado

Susy

12/11/07

O desafio das perguntas

A minha amiga Marisa lançou-me um desafio já há bastante tempo, mas só hoje é que dei por ele.. e como mais vale tarde do que nunca, aqui vai. O desafio consta de 7 perguntas simples, nomeadamente:

O que estavas a fazer há 10 anos atrás?

Em 1997, tinha 20 aninhos... estava há um ano no ISLA a tirar o curso de Tradução, onde fiz algumas boas amizades e parti a cabeca a estudar alemão (quem diria que viria a morar num país cuja língua oficial é o alemão??). Namorava com o Nando há um ano, o meu primeiro amor, que conheci na escola primária, com quem flirtei na escola preparatória e com quem comecei a namorar na escola secundária. Morava com os meus pais e mana na Praceta onde cresci e onde tive o meu grupo de amigos, daqueles que crescem juntos, partilham uma grande parte da vida e depois desaparecem na azáfama do dia-a-dia...

5 snacks que eu gosto

Favas fritas (embora me façam dores de barriga)
Pão com manteiga
Chocolate com avelãs
Aletria feita pela minha mãe (sei que é mais sobremesa, mas adoro...)
Panquecas com açucar e canela ou mel
Fatias douradas com mel
Como vêm, só coisas light e pobres em calorias hehe


5 músicas cujas letras conheço de cor

Não há estrelas no céu, cantada pelo Rui Veloso
Chuva, cantada pela Mariza
Atirei o pau ao gato
E mais umas quantas em inglês, de que não me lembro agora


5 coisas que faria se fosse milionária:

Agarrava nas minhas coisinhas já hoje e voltava para a minha casinha!! Se o Thomie não pudesse ir atrás, comprava um jacto particular e vinha cá muitas, muitas vezes por semana!
Comprava uma casa grande para a minha mana/cunhado/sobrinha-princesa, onde moraria também a Super-avó da princesa J
Ajudava os meus 3 avós para não terem de trabalhar mais e pagava um tratamento de qualidade para o meu avô que está internado desde Julho...
Ajudava uma associação séria que trabalhe com crianças necessitadas
Punha o resto a render, para poder comprar roupa e muuuitos livros só com os juros :)


5 coisas que gosto de fazer

Ler
Ler (não me enganei, é mesmo para repetir hehe)
Ponto cruz
Dormir
Viajar


5 coisas que nunca voltaria a vestir/calçar

As minhas botinhas da fase heavy metal
Umas calças de ganga que tive com uns desenhos muito estranhos e coloridos
Collants de Inverno que picam nas pernas
O meu vestido de finalista de 12o ano
Os meus óculos cor-de-rosa da Benetton


5 brinquedos/jogos que eu gosto

Sopa de letras
Encontrar as diferenças
Monopólio
PuzzlesQuem quer ser milionário?
Beijinhos

09/11/07

Hibernar





Porquê é que os ursos hibernam no Inverno?? Sempre achei que devia ser aborrecido para o urso ter de ficar tanto tempo sem fazer nada, ali só à espera que o tempo melhorasse...Mas confesso que agora entendo melhor a decisão dos pobres bichos! Senão vejam: saio de casa às 06:40 e ainda está escuro, durante o dia não há sol, só luz enublada, sem vida, sem brilho, a partir das 16:30 está noite cerrada, escura como breu... saio do trabalho de noite e embora ainda sejam 17:30, já tenho a sensação de que o dia já acabou há muito e que já devia estar em casa... mas ainda nem são 6 da tarde!!! E então penso que muitas pessoas em Portugal ainda estão a trabalhar a essa hora (ainda por cima porque é uma hora mais cedo do que aqui) e tento animar-me e não comecar logo a bocejar... e lá vou dar as minhas aulinhas... pela noite adentro (pelo menos é essa a sensação que tenho)...
Sim, porque em Portugal a gente pode usar óculos de sol até no Inverno, aqui já não se usam óculos de sol desde Setembro (por falar nisso, já nem sei onde meti os meus), o Sol não brilha, fica só lá em cima meio tímido a reservar-se para outras bandas...
Ao fim-de-semana ainda é pior, ainda se nota mais a diferença de horários, a falta de Sol, de luz, de claridade.. três míseras horas depois de acabarmos de almoçar já é de noite... não se vê ninguém na rua, só as luzinhas das casas acesas... e as chaminés a fumegarem... Assim que escurece, lá vem o ritual: correr as cortinas, trancar a porta e preparar a mente para o período de hibernação diário...isto às 5 da tarde!!! Está frio, está escuro, não dá para estar em casa sem a luz acesa seja a que horas for... quem é que tem vontade de sair da casa assim?
Por isso, embora não possamos hibernar tanto tempo como os ursos, passamos grande parte do fim-de-semana como eles: recolhidos em casa, quentinhos na toca à espera que o tempo melhore para poder sair à rua.
Durante a semana, temos de ganhar coragem para sair, mas usando a técnica da cebola. Para quem não conhece, passo a explicar: vestimos cerca de duas camadas de roupa de meia-estação e um casaco super quentinho, luvas, cachecol e um tapa-orelhas. Assim que entramos em algum lugar; despimos o casaco e talvez o que temos por baixo, ou seja, descascamos uma ou duas camadas da cebola, porque aqui há aquecimento em todo o lado, até nos transportes públicos! E isso é muito agradável, porque podem estar menos 10 graus lá fora, que nós temos 22 em casa! Os aquecimentos aqui funcionam a sério J
Mas se eu pudesse escolher, hibernava mesmo a sério, até porque durante a hibernação os ursos emagrecem e tudo ;)
Quero solinho!!
Beijinhos com 7 graus lá fora e 22 aqui

Desarrumação!!

O que é que esta palavra vos diz? A mim arrepia-me, faz-me ficar irritada e com uma vontade animalesca de meter mãos à obra e de transformar o caos em algo limpo, arrumado, prático e normal!!
Lembro-me de ter desejado muitas vezes, ainda em pequena, ter uma varinha mágica! Não para pedir brinquedos especiais de corrida ou assim, mas sim para que num piscar de olhos ficasse tudo num brinquinho! Confesso que isto começou quando a minha mãe nos mandava arrumar o quarto hehe
Sim, eu sei que não é normal, mas juro que é verdade! O Thomie diz que sou uma taradinha da arrumação, mas qual é o mal de gostarmos de ter as coisas arrumadas? E além disso não é assim tão mau, não sou paranóica nem ando a aspirar todos os dias!! Mas a arrumação/limpeza são essenciais para mim...
A primeira provação que vivi foi quando me mudei para cá e me deparei com uma casa que pouco de organização tinha (ou quase nada)... Mandei moooontes de coisas fora e depois de muito trabalho, esforço e dedicação a casa já está transformada: agora é um lar, limpo, bonito e funcional J
E quando eu pensava que não podia ser pior, tcharam!!!
Onde estou a trabalhar agora é o cúmulo! No dia em que cá cheguei, limpei logo o meu canto e mudei os móveis de sítio, para que ficasse com bom aspecto! Mas fora isso, não há nada no sítio, há coisas espalhadas por todo o lado, medicamentos juntos com exames, pastas em cima de cadeiras e até embalagens vazias.... Mas mesmo que eu arrume, não vai durar 2 dias até ter o mesmo aspecto!! O frigorífico tinha bolor, havia coisas com data de validade de 2002... Como é que há pessoas que conseguem viver assim?
E o mais estúpido é que isto me incomoda a sério! Só me dá vontade de arrumar tudo e depois dizer: por favor, manter a ordem!! Mas não posso fazer isso, porque não passo de uma secretária...
Bem, isto também deve ser por ser sexta-feira...
Bom fim-de-semana
Beijinhos

06/11/07

Caritas










Olá!!

Hoje gostava de vos contar uma história...
Há algum tempo houve uma festa da língua portuguesa numa escola aqui em Viena onde eu também participei. Ofereci-me para dar um pequeno curso de português e fiquei admirada por encontrar alguns idosos que lá estavam e que falavam em português entre eles! Foi nessa ocasião que tomei conhecimento da existência das “Crianças de Portugal” como elas se apresentam.

Na Áustria existe, desde 1965, a Sociedade Austro-Portuguesa, formada por portugueses e austríacos que foram para Portugal durante a Segunda Guerra Mundial. Essa deslocação foi organizada pela Caritas e teve vários países como destino, sendo Portugal o país que mais crianças acolheu. No total, as famílias portuguesas acolheram cerca de 5 mil crianças! Muitas delas estavam doentes na altura, outras foram deslocadas porque os pais não as podiam sustentar. Durante a Guerra, a Áustria foi muito bombardeada e não havia nada para comer... nem era permitido mendigar... Muitas delas mal conheciam o pai, que estava na Guerra… e muitos desses pais não voltaram.
Essas crianças foram acolhidas por famílias com posses, até porque a maioria das famílias portugesas também não vivia assim tão bem como isso, como se sabe…

No sábado dia 27 de Outubro fomos a um almoço com cerca de 350 pessoas, organizado pela Sociedade Austro-Portuguesa, cujo objectivo foi o de comemorar os 60 anos da ida dessas crianças austríacas para Portugal durante a Segunda Guerra Mundial.
Hoje, estas pessoas têm entre 65 e 70 anos e embora a estadia em Portugal já seja tão distante, essa vivência marcou-as de tal foma que existem, ainda hoje, vários grupos em algumas cidades austríacas, que se reúnem uma vez por mês, sendo que o grupo de Viena se encontra duas vezes por mês!
Esta afectividade ao país podia levar-nos a pensar que lá viveram muitos anos, mas a verdade é que muitas delas não chegaram a ficar em Portugal um ano!
Apesar disso, criaram uma relação afectiva tão grande com a família que os acolheu e com o país, que ainda hoje chamam pais, irmãos, irmãs às famílias de acolhimento!
Falam da família portuguesa com tanto amor ou mais do que falam da família biológica...
Contam como foi triste quando os pais portugueses faleceram...
Contam a emoção de terem recebido roupa nova pela primeira vez e não as roupas em segunda ou terceira mão dos irmãos mais velhos...
Contam como foi comer o primeiro chocolate ou a primeira banana da vida deles...
Muitas ainda foram à escola em Portugal.
Muitas delas ainda falam português (e bem!), outras já esqueceram…
Muitas delas dizem ter esquecido o alemão por completo passados dois meses de chegarem a Portugal, o que as impedia de escrever para a família biológica…
Contam que não queriam voltar para a Áustria e que até havia algumas das famílias de acolhimento que as queriam adoptar…Como neste relato que ouvi:
Durante esse almoço, fiquei muito emocionada quando uma senhora, que estava ao meu lado, me contou que quando teve de voltar para Viena, depois de 11 meses a morar com uma família em Lisboa, já não queria voltar para Viena. Dois meses depois de chegar a Lisboa (a casa, como ela diz) já não sabia falar uma palavra de alemão, só português, e por isso não podia escrever para a família... Ela não queria regressar para a Áustria e a mãe portuguesa queria adoptá-la, mas a mãe biológica não permitiu e destruiu depois todas as recordações que ela levou de Portugal, como cartas e fotografias. Disse-me que achava que a mulher que a recebeu na estação (mãe biológica) era uma estranha e que não queria ir com ela... Segundo ela, a relação entre elas nunca mais foi uma boa relação depois do seu regresso à Áustria...
Imaginem a coitada da mãe, que além de ter perdido o marido na Guerra, ainda perdeu o amor da filha...
Contou-me que 30 anos depois, voltou a Portugal para procurar a família portuguesa... e que a encontrou. A mãe portuguesa tinha uma foto com todos os filhos em cima da cama e lá estava ela na foto... Os olhos dela estavam inundados de lágrimas ao contar o reencontro!
Todos eles falam com um carinho enorme das famílias e do tempo que lá viveram…

Esta vivência foi tão boa, que coloquei a hipótese de escrever o doutoramento sobre estas crianças, mas descobri que já existe um livro sobre o tema, nomeadamente “Um laço de amizade entre Portugal e a Áustria”, escrito pelo Dr. José A. Palma Caetano. Já o encomendei na Assírio e Alvim e depois de o ler, é que vou ver se sobrou alguma coisa para eu contar…