25/04/07

Bom dia Liberdade!!!!

Pois é, hoje passam 33 anos sobre o dia que mudou a História do nosso cantinho à beira-mar plantado!

Lembro-me de não ter aprendido quase nada sobre o 25 de Abril na escola e o que sei aprendi com a minha mãe, que sempre me explicou a importância da Liberdade (em todas as suas formas), me explicou quem foi Zeca Afonso, que me explicou como as pessoas viviam no Alentejo, que me ensinou a canção “Somos livres” (que cantava quando íamos a caminho do Alentejo).
Também já visitámos o Forte de Peniche onde dá para ter uma ideia de como era aquela prisão política na altura e tanto mais que ainda tenho de aprender sobre essa altura.
Já li alguns livros sobre o regime de Salazar, sobre o Tarrafal, sobre a revolução em si, tenho CDs com as gravações da rádio daquele dia e espero ainda a vir ter mais literatura sobre isso.
Mas a maneira mais interessante de aprender a nossa História é ouvir contar de quem passou por aquilo… como quando a minha mãe me contou que uma sardinha tinha de dar para alimentar 5 pessoas!
É pena que as escolas atribuam mais valor à História de outros países do que à nossa própria História… resta-nos esperar que isso um dia mude!
Talvez a razão do desprezo por esta matéria seja o facto de ainda despertar muitas memórias em algumas famílias que sofreram com o pós-revolução. Uma prova de que essa época ainda está viva na nossa população, é o facto dos arquivos da PIDE na Torre do Tombo ainda serem de muito difícil acesso…
Sempre disse que gostava de ter uma máquina do tempo, como se vê em alguns filmes. Gostava de poder entrar na máquina e poder viver ao vivo e a cores momentos históricos marcantes e um deles seria. Sem qualquer tipo de dúvida, a Revolução dos Cravos. Queria ter andado a cantar Grândola Vila Morena pelas ruas, a distribuir cravos, a sentir a adrenalina da Liberdade!
Hoje li no PortugalDiário uma notícia que reflecte o desprezo por este episódio da nossa História nas escolas:
“O PortugalDiário foi falar com professores de História do 6º, 9 e 12º ano (anos em que é suposto leccionar a matéria relativa à ditadura de Salazar e ao 25 de Abril) e recolheu algumas respostas de alunos que deixaram os docentes de boca aberta:

- “25 de Abril é uma ponte que existe em Lisboa”
- “Uma das canções-senha foi «E depois de Deus”
- “Quem fez o 25 de Abril foi o Marcelo Caetano”
- “Salazar? Foi um rei de Portugal. Foi o D. Salazar”
- “Otelo? Quem é?”
- “Otelo foi ministro de Salazar”
- “Salazar foi Presidente da República”;

“Se vos entrevistarem na rua, por favor, não abram a boca», costuma recomendar a professora Maria Conceição Marques aos seus alunos de 9º ano, de uma escola de Lisboa. É que a maior parte, conta, «não sabe o que foi, nem por que razão houve uma revolução, nem mesmo que existiu uma ditadura em Portugal». E neste campo, sublinha, «os do 9º ano são tão ignorantes como os do 6º ano”.
“Dizem autênticas barbaridades», desabafa Fernanda M. professora do 6º ano. «A maioria dos alunos não tem a menor noção do que foi o 25 de Abril, nem nunca ouviu falar». Há alguns mais informados, porque os pais explicam, «mas são muito poucos”.


E aqui ficam duas canções que cantarolo sempre que penso no 25 de Abril:

Para dar início à revolução, existiram duas senhas. A canção “E depois do adeus” de Paulo de Carvalho que tocou às 23 horas e a canção “Grândola” que passou às 0.20h do dia 25.

José Afonso: “Grândola, vila morena”

Grândola, vila morena/Terra da fraternidade/O povo é quem mais ordenaDentro de ti, ó cidade/Dentro de ti, ó cidadeO povo é quem mais ordena/Terra da fraternidade/Grândola, vila morena/Em cada esquina um amigo/Em cada rosto igualdade Grândola, vila morenaTerra da fraternidade

Terra da fraternidade/Grândola, vila morena/Em cada rosto igualdadeO povo é quem mais ordena/À sombra duma azinheira/Que já não sabia a idade/Jurei ter por companheira Grândola a tua vontade/Grândola a tua vontade/Jurei ter por companheiraÀ sombra duma azinheira/Que já não sabia a idade

Ermelinda Duarte: “Somos livres (uma gaivota voava voava)

Ontem apenas/fomos a voz sufocada/dum povo a dizer não quero;fomos os bobos-do-rei/mastigando desespero.
Ontem apenas/fomos o povo a chorar/na sarjeta dos que, à força,ultrajaram e venderam/esta terra, hoje nossa.
Uma gaivota voava, voava/asas de vento/coração de mar.Como ela, somos livres/somos livres de voar.
Uma papoila crescia, crescia/grito vermelho num campo qualquer.Como ela somos livres/ somos livres de crescer.
Uma criança dizia, dizia/"quando for grande não vou combater".Como ela, somos livres/somos livres de dizer.
Somos um povo que cerra fileiras/parte à conquista/do pão e da paz.Somos livres, somos livres/não voltaremos atrás.

Às 04h26 o locutor Joaquim Furtado fazia a leitura do primeiro comunicado do MFA, aos microfones do Rádio Clube Português:
“Aqui posto de comando do Movimento das Forças Armadas. As Forças Armadas portuguesas apelam para todos os habitantes da cidade de Lisboa no sentido de recolherem a suas casas, nas quais se devem conservar com a máxima calma. Esperamos sinceramente que a gravidade da hora que vivemos não seja tristemente assinalada por qualquer acidente pessoal, para o que apelamos para o bom senso dos comandos das forças militarizadas no sentido de serem evitados quaisquer confrontos com as Forças Armadas. Tal confronto, além de desnecessário, só poderia conduzir a sérios prejuízos individuais que enlutariam e criariam divisões entre os portugueses, o que há que evitar a todo o custo. Não obstante a expressa preocupação de não fazer correr a mínima gota de sangue de qualquer português, apelamos para o espírito cívico e profissional da classe médica, esperando a sua acorrência aos hospitais, a fim de prestar eventual colaboração, que se deseja, sinceramente, desnecessária.”
VIVA o 25 de Abril!

23/04/07

Visita a Salzburgo



Olá!
No Sábado fui com mais três colegas que também dão aulas de português de comboio para Salzburgo para assistir a um seminário para professores de línguas românicas, que foi muito interessante e divertido.

Depois do seminário, fui com a Cláudia e com o Thomie à procura do hotel onde íamos ficar. O senhor já nos tinha avisado de que não estaria lá para nos receber, mas que deixaria a chave num sítio qualquer... achei estranho, mas lá fomos nós… Ao chegar ao hotel, liguei ao senhor que me disse que a chave estava debaixo da pedra no vaso de flores à esquerda da porta! Acreditam que a chave abria não só a porta do quarto, como do hotel em si?! Estava tudo vazio e lá fomos ver os quartos. Acabou por ser uma boa surpresa! Depois fomos à descoberta de Salzburgo, embora já fosse noite. Lá tirámos a foto da praxe em frente à casa do Mozart e depois fomos jantar a uma cervejaria enoooorme, onde é tudo self-service, a comida estava óptima e o ambiente muito divertido :)

No Domingo voltámos a Salzburgo e fomos ao palácio Hellbrunn, que é muito bonito e que era uma residência de Verão de um bispo, que devia ser muito divertido, porque em todo o lado havia jogos com água, esguichos escondidos, até na mesa de refeições no jardim, cujos bancos têm um buraco no centro, por onde saem esguichos de água que molhavam os rabinhos dos convidados (depois de já terem comido muito e de estarem alegres com o vinho hehe. Como era falta de educação levantar-se antes do anfitrião, os convidados tinham de ficar ali a apanhar um banho :)
Depois fomos passear pela cidade, vimos a Sé e ainda fomos à fortaleza que é bem lá em cima de tudo, depois de subirmos uns 500 mil degraus... (Há um funicular, mas nós armámo-nos em valentes... ai, ai). Foi uma surpresa, porque a fortaleza não é só um muro como eu pensava, mas é uma vila povoada, muito grande, com igreja e tudo!
Não faço ideia como é que as pessoas levam as compras para casa, mas enfim... isso é problema deles ;)
Depois de comermos na praça da Sé, numa festa popular que houve lá ontem em honra a um santo, fomos para o Traunsee, um lago lindíssimo!!!!
Desde que cá estou a morar, foi a primeira vez que tive a sensação de estar de férias, de ser uma turista de férias. Conhecem a sensação? Foram apenas cerca de 24 horas, porque o seminário terminou às 18 horas e ontem chegámos a St. Pölten (casa) às 18:30, mas parece que o tempo escorre muito mais devagarinho quando passeamos, visitamos locais novos, rimos e nos deixamos levar pelo espírito de férias…
E assim foi a nossa visita a Salzburgo! Espero que gostem das fotos e que um dia nos possam vir visitar!!!


Beijinhos

Susy








16/04/07

O Verão chegou!!

Olá!
Sim, o Verão também já chegou aqui!! Ontem estiveram cerca de 26 graus e as minhas sardas no nariz já começam a aparecer…
No Sábado andei a plantar florinhas nos vasos à porta de casa e a jardinar (coisa que parece mais fácil na televisão e nos livros!) e ontem já inaugurámos o grelhador no jardim e soube muito bem :)
Depois de almoço, fomos dar uma volta de bicicleta e haviam de ver o tráfego de bicicletas, skates, patins em linha e sei lá mais o quê!!!
Hoje lá começa mais uma semana, mas estando o tempo assim, até nem custa tanto :)


Beijinhos


Susy

13/04/07

Páscoa



Olá!
Estou de regresso depois de uma semana de férias em Portugal!

No dia em que cheguei, fui ver o concerto da Shakira com a minha irmã e cunhado, a Inês e a Susaninha. Foi muito divertido e ainda nos rimos muito com a quantidade de homens de boca aberta com as acrobacias das ancas da Shakira! Ainda por cima, lembrou-se de dizer (em português quase perfeito) “sou toda vossa"! hehe
Durante toda a semana acordei sempre por volta da nove, o que é um choque para mim em férias… mas havia muita coisa a fazer e valeu a pena! Passeei muito com a minha mãe, mana e sobrinha e ainda consegui jantar com a Isabel…
Dei e recebi muitos miminhos, matei saudades da família e amigos, brinquei com a minha sobrinha linda, senti o meu sobrinho Edu a mexer na barriga da Patrícia, comi muito peixinho, limpei a minha casinha toda, enfim… o que se arranjou!


Na Páscoa cumprimos a tradição do pic-nic no campo, embora tenha sido a versão mais moderna por ter sido no Domingo, uma vez que antes era à Segunda-feira!
E claro que, à semelhança do que tem acontecido quase todos os anos, lá fomos nós à procura do “local ideal”, passando por buracos, lombas e outras maravilhas tais…
Depois do meu tio abrir uma cancela (que normalmente significa ser propriedade privada!!), lá chegámos a um descampado à beira do Alqueva…
O borreguinho assado no forno com batatas e salada lá estava a marcar a presença obrigatória, acompanhado da tarte de amêndoas da minha tia nham, nham…
Quando começou a trovejar, tivemos de desmontar o “acampamento” à pressa e refugiar-nos em casa dos meus tios, onde o repasto continuou :)
E foi uma Páscoa diferente da anterior, que passei aqui… no jardim à procura de ovos escondidos no jardim!

Na Quarta-feira lá voltei a Viena, de língua de fora com o cansaço e ainda fui dar aulas de português… ontem voltei ao trabalho e à tardinha fui dar aulas. As aulas estão a correr bem, os alunos são aplicadinhos e bem dispostos J
O tempo aqui está óptimo, hoje já dão previsão de 23 ou 24 graus e 28 para o fim-de-semana… ai que bela soneca vou dormir no jardim heheh


Beijos
Susy