27/01/09

LER

A minha mãe ofereceu-me, pelos anos, a assinatura da revista LER e de cada vez que a recebo, fico toda contente... (também recebo a Sábado, já agora!).
Como a LER é mensal, tento poupá-la e só ontem é que peguei na edição de Dezembro de 2008... conhecem a sensação de pegar numa revista e de não a conseguir largar? A sensação de ler todas, mas eu digo mesmo todas, as palavrinhas que contém? Só não leio a ficha técnica, confesso.
Bem, então ontem lá ia eu no comboio a namorar a LER, quando me lembrei que gostava de partilhar aquele prazer com mais alguém e por isso aqui fica do que mais gostei, até agora:

O autor vivo mais traduzido no mundo é o Paulo Coelho.

O cronista Pedro Mexia comentou a recentemente editada biografia do David Hasselhoff e pela ironia dos comentários, deve ser um belo exemplo do ridículo! O artigo está muito bem escrito, muito divertido... mas o melhor veio no fim:
“Hoje, com as séries em reposição contínua, Hoff ainda colhe os louros da fama por exemplo na Alemanha e na Áustria, onde tem uma colossal carreira de cantor de charme. Ele explica o charme: “Era imposível não gostar da Áustria. Por onde quer que andássemos, as raparigas despiam-se e iam nuas para os chuveiros e as saunas. Era boa educação juntarmo-nos a elas. Uma espécie de etiqueta austríaca.”
O pior é que isto é mesmo verdade! Mas adivinhem lá quem é que não cumpre esta regra de etiqueta por aqui ;)

Depois José Mário Silva conta que, depois de ele próprio e vários amigos terem sido vítimas de pequenas tragédias informáticas (desmagnetização de disquetes, discos rígidos que deram o berro, etc.), criaram o Pen Clube. Quando se reúnem, respondem em coro à pergunta “E do que é que não nos podemos esquecer?” com “Do backup, do backup, do backup”.
No fim, aproveitou para mandar um recadinho ao Miguel Sousa Tavares, a quem recentemente roubaram o portátil com duas obras dentro: “Nós já passámos por isso, Miguel. Sabemos o que custa.”
E não contive um sorriso de alegria ao pensar no meu disco rígido externo (cor-de-rosa), onde faço sempre o back-up... o facto do portátil ter dado o berro é apenas um pormenor... (irritante, mas pormenor)

O Luís Sepúlveda tem um livro novo (ainda falta muito para o Natal?!?!?) e aqui fica um pequeno excerto da excelente entrevista:
“Eu acho que o amor, como muitas outras coisas, não é algo que nasça de repente. Precisa de tempo para amadurecer, como o vinho. Só assim pode ter cheiro, sabor, textura. E às vezes, realmente, como que se escapa das mãos e desaparece. Ou então, quando chega, afinal era outro o destinatário. E tudo isto tem que ver com o paradoxo da fortuna, que é o tema geral da maioria dos contos. A fortuna que nunca chega, ou chega demasiado tarde, ou quando chega traz-te mais problemas do que aqueles que tinhas antes. A fortuna que pode significar coisas diferentes para pessoas diferentes.”

Estou deliciada e ainda só vou na página 25 da revista... e já tenho a de Janeiro à espera :)
P.S.= foto tirada no domingo

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